Nota pública do FNDC: “1º de abril é dia de desmascarar a Rede Globo de Manipulação”
Por Intervozes em
Vamos inundar as redes e as ruas denunciando as mentiras da Rede Globo. Use a hashtag #MentiraÉNaGlobo para dizer ao maior monopólio de mídia do país que não somos bobos.
Há muitas maneiras de se contar uma mentira, espalhá-la e transformá-la em verdade. Às vezes, a mentira pode nascer de um fato real que, ao ser passado de pessoa para pessoa, como num telefone sem fio, se desfigura e vira algo totalmente diferente no final.
Agora, imagine manipular uma informação para milhões de pessoas usando a máscara da imparcialidade jornalística e da impessoalidade; usando a força da imagem e construindo uma narrativa para descrever, à sua maneira, essa informação. As consequências dessa irresponsabilidade social são inúmeras e vão desde a disseminação do preconceito, da destruição ou construção deliberada de vilões e heróis, da invisibilização de amplos setores sociais e culturais, até a desestabilização econômica e política. A produção de uma narrativa parcial e manipulada dos fatos é perigosa para a democracia.
Este tem sido, já há muitos anos, o papel exercido pelo maior conglomerado de comunicação do país – as organizações Globo. A Rede Globo inaugurou suas transmissões em 26 de abril de 1965, já em tempos de ditadura militar.
O maior grupo de mídia do país nasceu com o apoio do governo militar, com a missão de contribuir para pacificar e unificar a nação de Norte a Sul. A Globo não só serviu aos militares como foi uma das articuladoras do endurecimento da ditadura, papel já comprovado em muitos documentos que mostram a relação de Roberto Marinho com a embaixada dos Estados Unidos e os generais-presidentes.
Ao longo de 52 anos, muitas mentiras e manipulações orquestradas pela mídia da família Marinho definiram rumos do Brasil, lamentavelmente não no sentido da democracia ou da consagração de direitos trabalhistas, sociais e culturais.
São inúmeros os episódios de manipulação que tecem a intrincada rede de mentiras da Globo. Entre os mais emblemáticos está a ocultação do Comício das Diretas Já, afirmando que as milhares de pessoas que ocupavam a Praça da Sé estavam comemorando o aniversário de São Paulo – este um exemplo de mentira deslavada; e a manipulação da edição do último debate entre Collor e Lula na véspera do segundo turno das eleições presidenciais de 1989.
Cotidianamente, as pequenas manipulações e mentiras reproduzidas por uma emissora – que até bem pouco tempo gozava de 80% da audiência do país – constituem um perigo ainda maior. Porque no dia a dia, conduzindo a narrativa ao seu bel prazer, a Globo tem o objetivo de moldar a opinião pública à sua imagem e semelhança, tentando fazer a sociedade agir, pensar e se comportar de acordo com o seu manual de redação, de acordo com a sua linha editorial.
Foi assim que nos anos 90 a Rede Globo deu suporte às privatizações, terceirizações e à desregulamentação da economia que orientavam a política neoliberal implantada pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. As manifestações contra o neoliberalismo eram devidamente escondidas e, quando apareciam, eram criminalizadas com adjetivos que buscavam fazer a sociedade ser adversária dos “baderneiros, dos militantes, dos movimentos sociais, das invasões” que provocavam o caos no trânsito e no país.
As denúncias de corrupção foram todas, sem exceção, devidamente abafadas e arquivadas, relegadas ao esquecimento.
Em 2003, com a vitória de Lula, o papel da mídia deixou de ser o de dar suporte. Passou a ser o de combate. A Rede Globo tem sido, desde então, a organizadora da oposição ao governo federal. Inicialmente, adotou uma postura mais branda de oposição. Mas, com o passar dos anos – e das vitórias, o tom oposicionista se elevou até assumir um discurso descaradamente golpista.
A Rede Globo manipula manifestações, como fez em 2013. Pauta e orienta politicamente a condução do golpe em curso no país. Convoca aos domingos a manifestação das “pessoas de bem”. Apequena e desqualifica as manifestações “dos militantes petistas”, quando as pessoas vão para a rua dizer “Não ao Golpe”.
Não é à toa que a Globo tenha, nos últimos dias, sido cada vez mais identificada com o golpe. Depois de 50 anos, a Família Marinho, em editorial, deu uma desculpa esfarrapada para ter apoiado o regime de exceção que governou o país por 21 anos. Mas o seu DNA golpista fala mais alto e a emissora volta a ser artífice da desestabilização política, da pregação do ódio e do preconceito, em nome de uma elite que, sem o respaldo das urnas, quer a todo o custo retornar ao poder.
O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação – FNDC reafirma mais uma vez o seu compromisso com a construção de um país onde haja, efetivamente, diversidade e pluralidade nos meios de comunicação. Defende a liberdade de expressão, que nunca pode se confundir com a liberdade de uma empresa. Nos somamos aos milhões de brasileiros que defendem a democracia e alerta: não é possível construir uma sociedade verdadeiramente democrática sem que exista uma comunicação democrática.
Vamos, neste dia 1º de abril de 2016, inundar as redes e as ruas denunciando as mentiras da Rede Globo. Use a hashtag #MentiraÉNaGlobo
Todos juntos em defesa da democratização da comunicação e da democracia no Brasil.
#MentiraÉNaGlobo
#ComunicaçãoDemocráticaJá
#LeidaMídiaDemocrática
#NãoVaiTerGolpe