Após sete anos sem encontros presenciais, a comunidade da Associação para o Progresso das Comunicações (APC) se reuniu em Chiang Mai, na Tailândia, entre os dias 15 e 17 de maio. O Intervozes esteve presente no encontro e reforçou o seu compromisso de construção da rede.

Durante o evento, que contou com a participação de cerca de 100 pessoas de diversos países, as coordenadoras executivas do Intervozes Iara Moura e Olívia Bandeira facilitaram um espaço voltado para discussão de tecnologias, gênero e justiça socioambiental.

Nos últimos anos, o Intervozes têm colaborado com a rede de diversas formas. Destacam-se as contribuições para a série “Conversaciones Feministas”, publicada na plataforma GenderIT. Com o título Tecnologias a partir do chão que pisamos: fuxicos entre feminismos populares e feminismos digitais latino-americanos, Iara Moura, Olívia Bandeira e Verônica Santana elaboram uma reflexão sobre os sentidos das tecnologias a partir de uma perspectiva feminista.

Em 2021, colaboramos com a Global Information Society Watch (GISWatch). Camila Nobrega e Eduardo Amorim escreveram o artigo New technologies along the Tapajós and São Francisco rivers in Brazil: a look at social and environmental justice narratives in different territories, onde abordam os usos das tecnologias da comunicação e informação no âmbito da justiça socioambiental e defesa dos territórios nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Em 2022, também contribuímos com a GISWatch. Paulo Victor Melo, Tâmara Terso e Iraildon Mota publicaram o artigo The Internet, technologies and inequalities in Brazil: the invisibility of black women, traditional peoples and communities, and people with disabilities, com o objetivo de analisar os impactos das desigualdades de acesso à internet no Brasil a partir dos recortes de gênero, raça, território e acessibilidade.

Resistência e resiliência

Antes do Global Community Gathering, o Intervozes participou, também em Chiang Mai, do segundo encontro presencial da coordenação geral do projeto Resistance and Resilience: Collaborative Responses to Online Attacks on Environmental Defenders, construído em parceria com APC, Indigenous Peoples Rights International – IPRI (México), Ogiek Peoples’ Development Program – OPDP (Quênia) e Manila Observatory through the Klima Centre – MO-KLIMA (Filipinas).

O projeto está focado nas violências facilitadas pelas tecnologias contra defensores socioambientais e também nas possibilidades de uso das tecnologias para a proteção dos/as defensores/as e seus territórios.

APC

A Associação para o Progresso das Comunicações (APC) é uma rede que existe desde 1990, formada por movimentos, organizações e coletivos que atuam na pauta da comunicação e tecnologias, com foco no sul global. A APC reúne organizações majoritariamente da Ásia, África e Américas.

Nos últimos anos, o trabalho de incidência territorial, com foco em construção de autonomia através das tecnologias, articulado com a incidência estratégica em espaços de governança da internet tem sido a tônica da rede.