Organizado pela Trupe Teatro Mágico e pela Associação Software Livre.Org, evento conta com a participação de ativistas, músicos e coletivos de cultura de diversas cidades do país. Direito autoral e formas alternativas, solidárias e sustentáveis de produzir arte estarão no centro do debate, que será realizado na CUT, dia 15 de março, às 14 horas.

Favoráveis às iniciativas de flexibilização do direito autoral e empenhados em formar um movimento para pensar formas alternativas, solidárias e sustentáveis de produzir música, diversos artistas, ativistas e representantes de coletivos de cultura se reúnem em Brasília. A articulação, que vai se lançar oficialmente como Fórum Música é Para Baixar (FMPB) num grande evento em junho, na cidade de Porto Alegre, teve como ponto de partida o Fórum Social Mundial 2009, em Belém.

Para a Trupe Teatro Mágico é necessário quebrar com o silêncio da sociedade frente ao monópolio e controle que sempre existiu na Música no país. “O FMPB nasce de uma carência de inúmeros produtores culturais de serem sujeitos e sobreviverem daquilo que criam”, afirma Fernando Anitelli da Trupe. Ele acredita que é preciso envolver grupos culturais numa “nova relação capital e trabalho apontando, para os conceitos e práticas da economia solidária”. O FMPB debate a economia da cultura em todos os aspectos: distribuição dos produtos, preço justo, produção cultural, consumo consciente, o espaço das mulheres na cultura e o software livre.

O músico Richard Serraria entende que o FMPB também vai se deter numa reflexão séria e profunda sobre a música independente no Brasil: a questão da circulação. “Criar, gravar, lançar é uma parte complexa, mas realizável da empreitada. A circulação  deve ser objeto de análise séria e profunda, à medida que é elemento importantíssimo nesse gargalo que é a subsistência no mercado da música”, reflete.

Já confirmaram presença no evento grupos diretamente ligados ao circuito musical nacional, além, de ativistas e convidados. Estarão presentes a Trupe Teatro Mágico (SP), o rapper Gog (DF), o grupo Serraria Vila Brasil (RS), o Casarão Cultural Floresta Sonora (PA), o Sol na Garaganta do Futuro (ES), Coyote Guará (DF), DJ Lucho (DF), Projeto Software Livre Brasil, Associação Software Livre.org (RS), Associação Brasileira de Rádios Comunitárias, Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Coletivo Intervozes, Projeto Casa Brasil, SouJava (SP), Mídia.com (DF), Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, Dione Manetti (Secretaria Nacional de Economia Solidária).

De acordo com Everton Rodrigues, do Projeto Software Livre Brasil, é preciso “refletir e propor a criação de ferramentas visando a democratização do acesso à conteúdos e conhecimentos culturais através da internet, e assim, fortalecer a diversidade cultural”.

Também serão foco do debate o projeto de lei de controle da internet (já aprovado no Senado e em debate na Câmara dos Deputados) e a democratização da comunicação, principal pauta da I Conferência Nacional de Comunicação anunciada pelo Governo Federal. Segundo a organização do encontro, “o FMPB entende que não basta apenas fazer shows. É preciso ser orgânico de um movimento para mudar a realidade. Os artistas não são integrantes de uma classe superior, mas trabalhares e trabalhadoras que possuem os mesmos direitos dos demais”. A perspectiva é que o movimento se fortaleça e promova mais debates, oficinas e manifestações, “que culminarão em festivais pelo país levando a cultura livre onde tudo poderá se acessado e disponibilizado na internet”.

Debate sobre economia da cultura
Local: CUT/DF (Conic)
Endereço: SDS Ed. Venâncio V – 1º e 2º subsolos – lojas 4, 14 e 20
Data: 15 de março
Hora: 14 horas