Como fazer coberturas jornalísticas de crimes ambientais que não promovam silenciamentos das pessoas atingidas? Como garantir que povos e comunidades tradicionais tenham suas reivindicações noticiadas nos conteúdos da mídia? Quando o assunto é mar, quem são os e as especialistas chamados a opinar? De que forma contar histórias interessantes sobre justiça socioambiental partindo não apenas de dados, mas também de experiências e histórias de vida?

Essas são algumas perguntas que baseiam o minicurso “Direito à Comunicação e Justiça Socioambiental”, que será realizado nos dias 14 e 16 de outubro, por meio da plataforma Zoom.

Realizado pela Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, em parceria com o Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Sergipe (UFS), e direcionado a jornalistas e comunicadores/as populares, o minicurso pretende contribuir para a ampliação do conhecimento sobre o direito à comunicação e a luta por justiça socioambiental no Brasil.

“A proposta é que o minicurso seja também um espaço de escuta sobre as dificuldades encontradas principalmente por jornalistas na produção de pautas que envolvem as temáticas de justiça socioambiental, incentivando esses/as profissionais a buscarem pessoas diretamente atingidas pelos crimes ambientais como protagonistas das narrativas”, destacou Paulo Victor Melo, integrante da Intervozes e um dos coordenadores da iniciativa.

Nos dois dias, as atividades serão facilitadas por duas jornalistas com experiência na temática, Camila Nobrega e Maryellen Crisóstomo.

Camila é jornalista, integrante da Intervozes, repórter especializada em questões socioambientais e de gênero, tendo sido repórter de Meio Ambiente em O Globo, depois colaboradora noThe Guardian, no Mongabay Notícias Ambientais, no Colabora e no Le Monde Diplomatique. É doutoranda em Ciência Política na Universidade Livre de Berlim. Fundadora do projeto Além do Discurso Verde (Beyond the Green Discourse).

Maryellen é quilombola, jornalista e mestranda em Letras pela Universidade Federal do Tocantins. Assessora de Comunicação no Coletivo de comunicação da CONAQ – Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas e narradora do podcast Ondas da Resistência.

Inscrições

Para participar, as/os interessadas/os devem acessar o seguinte link: https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/extensao/paginaListaPeriodosInscricoesAtividadesPublico.jsf e buscar por “Minicurso Direito à Comunicação e Justiça Socioambiental”. As inscrição vão até o dia 4 de outubro.

Caso a quantidade de inscritos/as seja maior que a de vagas, a coordenação do curso fará uma seleção de modo a contemplar diversidades de gênero, raça, orientação sexual , regional e de tipo de veículo em que o/a jornalista ou comunicador/a atua.

Ondas da Resistência

O minicurso “Direito à Comunicação e Justiça Socioambiental” integra o projeto Ondas da Resistência, que reúne esforços coletivos para contar histórias e dar voz a pescadoras, pescadores, marisqueiras e outros povos e comunidades tradicionais que vêm enfrentando os impactos do vazamento de petróleo agravados pela crise sanitária da Covid-19.

Financiado pela Fundação Heinrich Böll Brasil, o projeto Ondas da Resistência (http://ondasdaresistencia.org/) é coordenado pela Intervozes e desenvolvido em parceria com diversas entidades, como Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Articulação Nacional de Pescadoras (ANP), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste (MMTR-NE), Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), Carrapicho Virtual, Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), Escola das Águas e Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (ABRAÇO).