Nota: Intervozes exige a responsabilização dos agentes públicos envolvidos na repressão ao ato do Recife
Por comunicainter em
O Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação se soma aos movimentos sociais, sindicatos e entidades que exigem do Governo do Estado de Pernambuco a responsabilização dos agentes públicos e policiais envolvidos nas agressões praticadas contra a população do centro do Recife, manifestantes e profissionais da comunicação durante o protesto pacífico por vacina no braço e comida no prato, na capital pernambucana, no último sábado (29). Queremos a apuração do episódio e que sejam tornados públicos os responsáveis por essa ação violenta, autoritária e em desconformidade com os direitos constitucionais de livre manifestação e circulação.
O que as cenas revelaram, além da truculência autoritária contra um ato democrático, foi o racismo institucional manifestado na pele dos jovens presos, um deles, inclusive, nem estava no ato. Era entregador. A polícia agiu de forma covarde e desleal, acuando manifestantes na dispersão com balas de borracha, bombas de efeito moral e spray de pimenta. Agrediu representantes do legislativo, feriu transeuntes e disparou spray de pimenta em pessoas que estavam nos pontos de ônibus, muitas dessas, mulheres, crianças e idosos, os quais sequer participavam do ato. Jornalistas tiveram equipamentos apreendidos e também foram acuados/as, juntamente com os/as manifestantes. O centro do Recife foi convertido em um cenário de barbárie por agentes do poder público estadual.
O Governo do Estado de Pernambuco tem, como agente do poder público, ciência da gravidade do episódio e não pode se omitir justificando apenas que se tratou de um ato policial à revelia de seu conhecimento. Não toleramos omissão, sob pena de termos desdobramentos, em próximos atos, ainda mais graves e nocivos para a democracia brasileira. Exigimos celeridade e transparência na apuração dos fatos e a punição dos envolvidos. Por outro lado, esperamos também do Governo do Estado uma postura democrática e o fim da perseguição aos policiais antifascistas em Pernambuco.
Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco