Movimentos sociais lançam plebiscito da Vale
Por Intervozes em
Plebiscito popular quer levantar o debate sobre a anulação da privatização da Companhia Vale do Rio Doce. Empresa foi vendida por 3,3 bilhões de reais, a avaliação do valor da empresa era de 92 bi.
Entre os dias 1o e 9 de setembro, será realizado em todo o país o plebiscito popular sobre a anulação da privatização da Companhia Vale do Rio Doce. Organizado por movimentos sociais, estudantis e populares, o plebiscito tem como objetivo estimular a participação popular nas grandes decisões do país e pressionar pela declaração de nulidade do leilão que desestatizou a Vale do Rio Doce em 1997. Em 2005, o plenário do Tribunal Regional da Justiça Federal, em Brasília, considerou o leilão no qual a empresa foi vendida fraudulento e determinou a sua anulação.
O patrimônio líquido da Vale em 1997, ano da privatização, era de R$ 10 bilhões. Considerando o potencial futuro, a empresa foi avaliada em R$ 92 bilhões. Entretanto, ela foi vendida por R$ 3,3 bilhões. Logo depois da privatização, a empresa, que sempre deu lucro, passou a vender muito minério para China e a explorar minas de ouro, o que elevou ainda mais seus rendimentos. Só no último semestre, o lucro da Vale foi de mais de 10 bilhões de reais.
A Vale do Rio Doce tem um papel estratégico para o desenvolvimento do país. Além disso, ela controla recursos naturais e jazidas de minérios que pertencem ao povo e seu controle pelo Estado é necessário para garantir a soberania nacional. Depois de passar para as mãos privadas, ela se distanciou das comunidades em que está inserida e deixou de cumprir o papel social que se espera de uma empresa deste porte.
Nestes 10 anos, surgiram mais de 100 ações civis públicas e processos judiciais que contestam a venda. Os argumentos legais que justificam o pedido de anulação do leilão da Vale são muitos. Além da venda por um preço muito abaixo do estimado pelo mercado, o processo de privatização foi marcado por profunda promiscuidade de interesses. Empresas que participaram do consórcio de avaliação do preço da companhia estatal, depois tornaram-se acionistas da companhia privada. É o caso do Banco Bradesco. Tratou-se de uma avaliação fraudulenta, que favoreceu os novos donos com prejuízos à União e ao povo brasileiro.
Nesse momento de reivindicação da retomada da Vale pelo Estado, o Intervozes se soma à luta de diversos movimentos sociais, como MST, Assembléia Popular, UNE, CUT, Conlutas e a Marcha Mundial das Mulheres. Sob coordenação do grupo, foi realizado o vídeo da campanha, produzido por militantes de sete estados brasileiros, entre integrantes do Intervozes e de outros movimentos.
Para participar do plebiscito, procure as entidades que estão organizando as atividades em seu estado. Você também pode entrar em contato através do site: www.avaleenossa.org.br