Seminário no Espirito Santo discute a importância da sociedade se mobilizar pelo direito à comunicação. Evento ocorre no dia 26 de julho, na Universidade Federal do Espirito Santo.

Já foi o tempo em que a comunicação era um processo de mão única (E-M-R). Um emissor… enviando suas mensagens… para milhares/milhões de receptores. As mudanças ocorridas nas últimas décadas, devido ao barateamento de algumas tecnologias, fez com que muitas pessoas saíssem da posição passiva de apenas receber para se tornarem emissores em potencial. No entanto, a esperança de que muitas vozes possam se sobrepor às dos grandes emissores do passado não passa de uma ilusão. Uma “ilusão necessária”, como diria Noam Chomsky, para desviar a atenção do fato que os grandes grupos midiáticos continuam a crescer cada vez mais, e que os novos atores nesse cenário (Google, Facebook, Microsoft, Apple…) nada mais são do que grandes instrumentos e aliados dos antigos e repaginados donos da mídia (Time Warner, Disney, Sony, News Corp…, no âmbito internacional; e Globo, Abril, Record, SBT, Band, Folha, Estado…, no nacional).

E como fica o mais importante ator social desse processo: o receptor/telespectador/ouvinte/leitor? Continua sendo tratado como tal, como mero espectador.

Há alguns anos, vários setores da sociedade vêm trabalhando com o conceito da democratização da comunicação, não do ponto de vista dos emissores, mas dos receptores. Para os “donos” da mídia, democratização consiste em dar acesso a conteúdos de “qualidade”, facilitar a compra de uma TV de 42” (em 60 vezes), oferecer som e imagem digital ou lançar o computador da moda. Enfim: “fique na sua, que nós cuidamos da sua diversão e (des)informação”. Ou ainda: “se não estiver satisfeito, use o controle remoto, o instrumento mais democrático que existe!”.

Mas será que é este o seu papel? Ficar sentado no sofá, trocando de canais e consumindo mais do mesmo? Ter como principal assunto quem será o eliminado da semana no BBB ou em A Fazenda? Ou ter como última notícia – e importantíssima –, o que acaba de ser postado no Face ou no Twitter? E qual foi a penúltima mesmo?!

Já passou da hora de todos aqueles que não concordam com o atual estado das coisas, compreender que “a mídia é nossa, não deles”, como lembra Robert McChesney.

E para resgatar este debate no Espírito Santo, o grupo de pesquisa e ação Observatório da Mídia: direitos humanos, políticas e sistemas; o Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social; e o FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação convidam todos os capixabas para trazerem respostas para a provocação: Qual o seu papel na democratização da mídia?

O evento será no próximo dia 26 de julho, à partir das 19 horas, no Auditório do Centro de Artes da Ufes (Cemuni 4), no Campus de Goiabeiras. Como palestrantes teremos Orlando Guilhon (FNDC), Max Dias (Intervozes) e Edgard Rebouças (Observatório da Mídia), uma mesa composta pelo Governo do Estado, Assembleia Legislativa, Ministério Público e Ordem dos Advogados dos Brasil, e a presença de interlocutores como jornalistas, radialistas, artistas, psicólogos, educadores, profissionais da saúde, representantes dos movimentos de direitos humanos, GLBT, negros,mulheres, consumidores, jovens… Enfim, todos que são protagonistas nesta sociedade midiatizada, e não meros espectadores.

Seminário “Observações”: Qual o seu papel na democratização da mídia?
Data: 26 de julho de 2012 (quinta-feira)

Horário: 19 horas
Local: Auditório do Centro de Artes da Ufes
Palestrantes: Orlando Guilhon (FNDC), Max Dias (Intervozes) e Edgard Rebouças (Observatório da Mídia)
Debatedores: Toda a sociedade

Realização:   FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação – (www.fndc.org.br)
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social –  (www.intervozes.org.br)
Observatório da Mídia: direitos humanos, política e sistemas -(www.ufes.br/observatoriodamidia)

Apoio: Ecos Jr. – Empresa Junior de Comunicação Social

Cacos – Centro Acadêmico de Comunicação Social – Ufes
Rádio Universitária – 104,7 FM

Contatos: Viviann Barcelos (9922-3670) e Esther Radaelli (8807-0928)

Haverá transmissão ao vivo via Livestream.