Em carta convocatória, a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas convoca para o dia 5 de outubro a manifestação “GLOBO, A GENTE NÃO SE VÊ POR AQUI!”. Veja abaixo a integra da carta.

CARTA CONVOCATÓRIA

A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – CONAQ, entidade representativa das comunidades quilombolas de todos os estados da Federação, convoca todas as entidades e movimentos sociais para construir o Dia Nacional de Repúdio à Emissora Rede Globo de Televisão.

A nossa proposta é que o próximo dia 05 de outubro de 2007 fique marcado pela manifestação “GLOBO, A GENTE NÃO SE VÊ POR AQUI!”, que irá expressar a indignação dos movimentos sociais criminalizados, direta ou indiretamente, por essa emissora.

Nós, quilombolas, estamos vivenciando, como outros movimentos, de uma investida da Rede Globo com matérias que negam a nossa identidade étnica e contra o decreto 4887/03, que regulamenta o processo de titulação dos territórios de quilombos.

Questionamos:

. O jornalismo da Rede Globo, pois possui uma postura tendenciosa a serviço das oligarquias, cujos interesses sempre entram em conflito com os interesses das classes populares;

. A formação da opinião pública dessa mídia, já que essas matérias acabam contribuindo para um maior desconhecimento da luta dos quilombolas e de outras lutas, desarticulando os diversos movimentos;

. O ineficiente controle que todos os poderes públicos e sociedade possuem em relação a esta emissora, já que não se sabe quando se renova as suas concessões, não há fiscalização se os Direitos de Respostas são cumpridos, não há punições em relação às distorções cometidas, entre outras.

Sugerimos que neste dia (05 de outubro) sejam realizadas atividades, nas quais se discutam sobre o papel da Rede Globo na sociedade brasileira, analisando como essa emissora desrespeita a diversidade dos movimentos sociais e de entidades.

A nossa postura política representa um ato de repúdio ao abuso de um grupo de mídia privado que se utiliza da concessão pública para descredibilizar aqueles e aquelas, que há mais de 500 anos, constroem a história desse país.

Contamos com a sua adesão.