Intervozes participa de atos públicos em defesa do direito de protestar no Brasil
Por Intervozes em
No último dia 30 de julho, em diversas capitais brasileiras, foi realizado o ato público “Protestar não é crime”. A manifestação, que defende o direito à livre expressão, condena também as prisões arbitrárias de pessoas que participaram de protestos no último ano no Brasil.
As prisões de manifestantes são apontadas por entidades de defesa de direitos humanos e movimentos sociais como inconsistentes, ilegais e políticas, baseadas em acusações improcedentes e provas forjadas. Em São Paulo, quatro pessoas continuam presas até o momento. No Rio de Janeiro, na véspera da final da Copa do Mundo, 21 indivíduos foram detidos. No dia seguinte, durante o encerramento do Mundial, cerca de 500 manifestantes foram submetidos ao cárcere privado da Polícia Militar por cerca de quatro horas em plena Praça Saens Peña, sem direito a ir e vir, e atacados com gases, sprays e cassetetes.
Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Goiânia foram algumas das cidades que organizaram a ação do dia 30. Na capital fluminense, algumas faixas, cartazes e palavras de ordem se referiam às relações da Rede Globo com os governos autoritários e ditatoriais. Em uma faixa estava escrito, logo após o símbolo da emissora, “Sensacionalismo com a dor do povo”. Na capital paulista, o ato praticamente não teve a presença da PM. O Intervozes participou do ato no Rio de Janeiro e, ao lado de diversas organizações de defesa dos direitos humanos, também se posicionou contrariamente às prisões arbitrárias e à violência da polícia contra os manifestantes (veja nota).
Relatores internacionais para a liberdade de expressão no Brasil
Em parceria com a Artigo 19, o Intervozes organiza no próximo dia 18 de agosto, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), um debate com os relatores especiais para a liberdade de expressão da ONU e da OEA (Organização dos Estados Americanos), Frank La Rue e Catalina Botero. Com o tema “Liberdade de expressão: na mídia, nas redes e nas ruas”, o evento deve tratar do tema da violência contra comunicadores e dos acontecimentos relacionados à expressão das manifestações de rua no Brasil.