O Intervozes passou a integrar oficialmente, neste dia 6 de outubro, a Campanha Nacional #IncluiComunicaçãoPública, que propõe a inclusão da disciplina de Comunicação Pública na nova grade curricular dos diferentes cursos de Comunicação em todo o país.

A Campanha foi lançada no dia 06 de setembro, durante o XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Intercom, no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Urca. A coordenação está a cargo de professores/pesquisadores ligados ao Observatório Latino-Americano das Indústrias de Conteúdos Digitais (OLAICD) -UCB, com sede em Brasília, já identificado com as pautas e pesquisas sobre a comunicação como um direito humano, a democratização dos meios, as mídias públicas digitais, a comunicação na América Latina e ao fortalecimento da radiodifusão pública.

A iniciativa se justifica porque, atualmente, menos de 10% das faculdades e cursos de Comunicação no país possuem a disciplina de Comunicação Pública. Nossos jovens estudantes de Jornalismo, Publicidade, Relações Públicas, Comunicação Organizacional, Mídias Digitais, entre outros cursos, são sistematicamente formados para o mercado privado, sem receber capacitação adequada para o amplo mercado das mídias públicas, que incluem – mais além da comunicação governamental – a comunicação comunitária, universitária e legislativa.

Este é um momento ímpar. Os cursos de Comunicação de todo o país estão reformulando as suas grades curriculares e as universidades têm até o fim do mês de outubro para enviar as mudanças. Corremos contra o tempo, mas com a esperança de construir novos currículos com uma visão mais cidadã e ampla.

Para apoiar a campanha, assine e divulgue a petição pública no site da AVAAZ pedindo a inclusão da disciplina nas novas grades curriculares:

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Leia abaixo a íntegra do manifesto de lançamento da campanha:

#Inclui Comunicação Pública
#Todos pelo diálogo de todos

Nós, professores e pesquisadores da Comunicação Pública de universidades públicas, comunitárias, confessionais e privadas, estudantes e profissionais da Comunicação, agentes da administração pública, representantes de instituições, públicas, privadas e do terceiro setor, e atores sociais interessados no direito à comunicação como um direito humano, propomos a inclusão da disciplina de “comunicação pública” nos currículos dos cursos de jornalismo, publicidade, audiovisual, relações públicas, mídias digitais, gestão pública, correlatos e afins.

Referida inclusão é necessária para qualificar os nossos cursos de Comunicação, preponderantemente voltados à formação de mão-de-obra para atender a demandas privadas, bem como para dotar o profissional de comunicação da condição de atuar também em órgãos públicos que se pautam pelo interesse público, pela promoção da cidadania e pelo diálogo com os diferentes grupos sociais.

Referida inclusão é oportuna, no momento o que se tenta ampliar o debate sobre o direito à comunicação nos âmbitos do Estado e da sociedade – incluída a Universidade -, como condição ao fortalecimento desse mesmo Estado, da legitimação dos governos, parlamentos e tribunais, bem como do estímulo à cidadania ativa e à democracia participativa, manifestada nos formatos analógico e/ou digital.

Referida inclusão é importante porque resgata o estudo crítico sobre as diferentes mídias redimensionando o papel da comunicação como um espaço estratégico para que os cidadãos e as cidadãs possam participar ativamente da vida política, fiscalizando e cobrando a promoção de seus direitos.

Referida inclusão é imprescindível ao processo democrático, fortalecendo o sentido da comunicação social em sua complementariedade, pública e privada, garantindo a formação dos segmentos da comunicação que abrangem as instituições estatais, educativas públicas, universitárias e comunitárias.
Finalmente, a implantação da disciplina de comunicação pública possibilita a construção de uma agenda de debates pluralista que reflita sobre a relação entre políticas públicas, comunicação, cidadania, direitos humanos, sustentabilidade e participação popular.