Nessas eleições, o número de candidatos e candidatas buscando projeção e voto dos eleitores a partir de propostas inconsistentes para o problema da segurança pública só cresce. A poucas semanas do primeiro turno, a violência segue sendo tratada de forma rasa e não são poucas as candidaturas que oferecem aos cidadãos respostas sem planejamento e comprovadamente ineficazes.

Parte dessas respostas vem sendo gestada e propagada nacionalmente nos chamados programas policialescos. Mesclando populismo político, conteúdos sensacionalistas – que em grande parte violam direitos humanos – e práticas assistencialistas, muitos apresentadores desses programas agora também são candidatos nas Eleições 2018. Vistos pela população como “salvadores” ou “protetores”, se beneficiam do espaço privilegiado da radiodifusão para fins estritamente privados: sua ascensão política.

Para contribuir para a qualificação do debate sobre segurança e justiça nessas eleições e discutir a importância dessa relação com o papel dos meios de comunicação, Intervozes e Rede Justiça Criminal organizam, na próxima quarta-feira, 26 de setembro, o debate “Mídia, Eleições e Segurança Pública”. O evento acontece no Museu da Maré, e contará com a presença da jornalista Iara Moura, integrante da coordenação do Intervozes e do Conselho Nacional de Direitos Humanos; de Janaína Homerin, advogada e secretária executiva da Rede Justiça Criminal; Guilherme Pontes, pesquisador da área de Segurança Pública e Violência Institucional da Justiça Global; Felippe Angeli, assessor de advocacy do Instituto Sou da Paz e Aristêncio Gomes, educador e morador da favela, integrante do Movimentos – drogas, juventude e favela.

Durante o debate, o Intervozes apresentará o resultado do levantamento, realizado pelo coletivo em 10 estados do país (PA, CE, PB, PE, BA, MG, RJ, ES, SP e PR) e no Distrito Federal, que revelou um total de 23 apresentadores e repórteres de programas policialescos que disputam o voto do eleitor no próximos dia 7 de outubro. Eles são candidatos a deputados estaduais e federais e também ao Senado, vários buscando a reeleição. Embora a legislação eleitoral impeça a aparição dos candidatos em tais programas durante o período de campanha, não há uma legislação específica que coíba a presença de políticos com mandatos em vigência na apresentação de programas de rádio e TV.

O levantamento também mostra que a maior parte desses apresentadores e repórteres participa das Eleições 2018 em partidos que tem a família e a religião como bandeira, numa suposta contradição com o discurso de ódio pregado em parte significativa dos programas em que atuam. A organização levantou ainda, nos estados pesquisados, os candidatos e candidatas oriundos das forças de segurança (Polícia Militar, Civil, Exército, Bombeiros, entre outras). Eles ultrapassam 800 candidaturas.

A Rede Justiça Criminal apresentará a campanha #EleiçõesSemTruque, que tem como objetivo qualificar o debate do tema de segurança pública. Por meio de uma plataforma online, é possível disparar e-mails com perguntas aos candidatos e candidatas ao governo dos estados e presidenciáveis. O intuito da campanha é munir o eleitorado de informações e questionamentos para desmascarar falácias sobre o tema de segurança e justiça em tempos de eleições.

 

Serviço

“Mídia, Eleições e Segurança Pública”

 

Divulgação do levantamento do Intervozes sobre candidatos apresentadores de programas policialescos

 

Parceria: #EleiçõesSemTruque / Rede Justiça Criminal

 

26/09, quarta-feira, 18h30

 

Museu da Maré   Av. Guilherme Maxwel, 26 – Maré – Rio de Janeiro

 

Mais informações: Iara Moura – comunicacao@intervozes.org.br /  (21 996681214) l

Ana Navarrete – assessora de comunicação da Rede Justiça Criminal: ana.navarrete@redejusticacriminal.org / (11) 97503-5728

www.midiasemviolacoes.com.br

https://redejusticacriminal.org/eleicoessemtruque/