Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) fez uma primeira reunião com o Planalto. Mudanças nas comunicações estão entre as principais reivindicações

A Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) inicia diálogo direto com a Presidência da República para discutir os dez pontos centrais da agenda dos movimentos para 2011. Entre eles aparece em destaque um nova política para as comunicações, incluindo a luta contra oligopólios midiáticos, reforma da lei de direitos autorais e a universalização da banda larga.“As mudanças na economia e na aréa da comunicação devem ser o foco da nossa atuação junto ao governo porque são temas importantes em todos os movimentos sociais”, explica Roseane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT. Para discutir a questão da comunicação, a CMS deve se reunir com o Ministério das Comunicações ainda na primeira semana de maio. Quanto à pauta econômica, os movimentos querem participação do Conselho Monetário Nacional, mas Roseane pondera “essa é uma luta em que temos espaço para discutir, mas não para mudar”.

No começo de abril, dia 13, as lideranças da CMS se reuniram com o secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto. O encontro teve representantes da Central Única dos trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Sem-terra (MST), União Nacional dos Estudantes (UNE), Marcha Mundial de Mulheres, Central Geral de Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central de Trabalhadores do Brasil (CTB), Confederação das Mulheres do Brasil (CMB), União Brasileira de Mulheres (UBM), União de Negros pela Igualdade (Unegro), Centro Brasileiro de Luta e Solidariedade pela Paz (Cebrapaz) e Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen).

“Discutimos a importância de descriminalizar os movimentos sociais e garantir a participação direta da sociedade civil”, afirma Socorro Gomes, presidente do Cebrapaz. Na reunião, foi debatido a diminuição dos juros e do superávit primário, o novo marco regulatório da comunicação, a reforma agrária, educacional e da saúde.

As entidades avaliam o encontro com o ministro é um sinal que o governo está aberto ao diálogo permanente com os movimentos sociais. A CMS prevê uma série de reuniões de trabalho com o secretário-geral com o ministro Gilberto Carvalho. Além disso, a coordenação pretende agendar uma reunião com a presidente Dilma Roussef.

Texto Ana Rita Cunha