Pesquisa que analisa a cobertura da mídia sobre o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra é lançada no interior da Bahia. Publicações estão sendo distribuídas para entidades da região.

A pesquisa “Vozes silenciadas”, publicada pelo Coletivo Intervozes em 2011, foi lançada em Juazeiro (BA) no dia 16 de fevereiro e agora está sendo divulgada junto a diversas organizações e movimentos sociais atuantes na região da bacia do São Francisco. O lançamento aconteceu durante o 13º Encontro Regional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), evento que reuniu mais de 150 participantes vindos de municípios do Norte do estado para, durante três dias, avaliar 2011 e planejar as ações do movimento para 2012.

O segundo dia do encontro foi marcado pela apresentação da publicação do Intervozes que divulga dados coletados em cinco meses de avaliação, acompanhamento e pesquisa, esclarecendo como a mídia tem tratado o MST em suas abordagens. O foco esteve voltado para o período em que foi instalada a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), entre o período de fevereiro e julho de 2010. A metodologia da pesquisa foi baseada em análises de influentes meios de comunicação do país, sendo jornais, revistas e TV’s.

O critério adotado foi o nível de audiência destes veículos, onde foi analisada a presença de elementos como adjetivos e as fontes usadas pela grande imprensa para falar sobre o movimento. Chamou atenção dos militantes do MST a afirmação de que o termo “invasão” é o que mais predomina na linguagem da grande mídia, quando divulga as ocupações do Movimento Sem terra, conforme mencionou a integrante do Intervozes que apresentou a pesquisa, Érica Daiane.

Primeiro momento em que o material foi publicamente divulgado no Vale do São Francisco, representou um espaço de formação para os participantes que ouviram atentamente e puderam ainda fazer um debate sobre a democratização da mídia a partir dos dados apresentados. Quem esteve ali presente avaliou como positivo a oportunidade de ampliar a discussão sobre a comunicação. Para Paulo César, dirigente político do MST no norte da Bahia,, a apresentação da publicação e o debate sobre a comunicação é de suma importância no processo de formação dos militantes. Na oportunidade ele destacou que os meios de comunicação alternativos são indispensável na produção de uma imagem sobre os movimentos, em contraponto ao que tem produzido a grande mídia.

Exemplares da pesquisa tem sido distribuído juntamente com o Cordel do Marco Regulatório  para diversas entidades e movimentos da região, a exemplo do Movimento de Mulheres, de Pescadores Artesanais, Movimento de Pequenos Agricultores, Movimento de Atingidos por Barragens, entidades estudantis, ONG’s, rádios comunitárias e demais organizações que se empenham na luta pela democratização da comunicação na região.

Confira a pesquisa Vozes Silenciadas

Fonte: Uilson Viana – Membro do Fórum de Comunicação Sertão do São Francisco, para o Intervozes.