Governo do Distrito Federal abre diálogo com movimentos sociais para a construção de políticas públicas de comunicação

Após a eleição do governador Agnelo Queiroz em 2010, as entidades do movimento de comunicação vêm se articulando para que as políticas públicas de comunicação estejam na pauta do novo Governo do Distrito Federal (GDF). Para isso, o movimento apresentou em dezembro ao governo de transição um  documento de dez pontos prioritários da sociedade civil para a comunicação. “Os dez pontos são uma síntese da propostas aprovadas na Conferência Nacional de Comunicação (2009), uma tentativa da sociedade construir um programa democrático para a comunicação no DF”, explica Gésio Passos, militante do Intervozes.

A partir de janeiro, o movimento se reuniu com a Secretaria de Comunicação e com a Secretaria de Publicidade para discutir as propostas e a construção da política pública. Os pontos também foram apresentados durante a Conferência Distrital de Cultura. O debate entre governo e sociedade resultará no primeiro seminário sobre as políticas de comunicação do DF. “Em primeiro lugar, precisamos saber quem são os comunicadores da região e em seguida definiremos como vamos estimular a cultura digital e as comunicações comunitárias”, afirma Débora Cruz, assessora da Secretária de Comunicação.

Para o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas do DF, Jonas Valente, a iniciativa do seminário mostra uma sensibilidade do governo com o setor. “Esse processo de debate nunca é fácil, mas é importante que a comunicação seja vista pela ótica da criação de políticas públicas e não apenas a da publicidade oficial”, argumenta Jonas.

A vice-presidente da Frente Nacional pela Valorização das TVs do Campo Público (Frenavatec), Alice Campos, acredita que é um momento estratégico para o movimento de comunicação no DF: “Precisamos aproveitar o processo de transição do governo para colocarmos nossas pautas em questão como a defasagem no investimento na comunicação comunitária”, defende Alice.

O assessor de comunicação da Secretaria de Cultura, Roberto Neiva, avalia que é importante investir nos meios de comunicação regionais, mas também na produção local de conteúdo. “Já existe uma cadeia produtiva audiovisual e o que falta é ligar os setores para viabilizar a chamada economia criativa”, explica Roberto. Para o assessor, “um dos grandes desafios será construir um marco regulatório moderno para atender as inovações do setor e criar mecanismo de fomento que se adequem as necessidades do DF”.

Anteriormente o evento estava previsto para junho, mas foi adiado para agosto. Segundo Débora, o adiamento se deve à criação da sub-secretaria de políticas de comunicação ainda em julho “As mudanças estão ocorrendo para evitar os escândalos de corrupção do governo passado”, explica a assessora. Além disso, nesse mês será definido em que local será o Centro de Mídia da Copa do Mundo de 2014 e a abertura do evento, em que o DF é candidato para as duas iniciativas.

Fonte: Ana Rita Cunha, para o Intervozes.