Iniciativa ficou em quinto lugar na premiação que busca valorizar iniciativas de mídia livre no Brasil. Intervozes e equipe do Observatório comemoram a conquista e apontam para uma melhoria contínua no trabalho de cobertura, que tem como pano de fundo o Direito à Comunicação.

Observatório do Direito à Comunicação, projeto do Intervozes, foi um dos selecionados do prêmio de Pontos de Mídia Livre, promovido pelo Ministério da Cultura (MinC). O site foi umas das 15 iniciativas nacionais premiadas com R$ 120 mil no dia 11 de maio.

“A escolha do projeto dentre tantas importantes iniciativas de mídia livre reflete o reconhecimento da importância de manter espaços de reflexão e debate crítico sobre a realidade das comunicações hoje”, diz Jonas Valente, editor do Observatório. Iniciado pelo Intervozes em 2007, o site nasceu da percepção de que faltavam referências nos temas relacionados ao direito à comunicação. “Se alguém buscasse informações sobre determinado aspecto do direito à comunicação ou das políticas públicas do setor, tinha dificuldades em encontrar, em um único ambiente virtual, notícias e análises sobre essa questão. Então avaliamos que seria interessante construir um portal que apresentasse uma visão integrada de todos os temas e que fosse referência na análise de questões sob o prisma do interesse público e não sob a lógica exclusiva do mercado como ocorre na maioria dos veículos”, explica Diogo Moysés, primeiro editor dosite. 

Para a repórter Mariana Martins, projetos de mídia livre têm muita dificuldade na captação de recursos para se manter. “O investimento em instrumentos de comunicação livres e alternativos fortalece a democratização da comunicação e é uma forma de fazer com que esse tipo de veículo sobreviva de forma diferente da lógica imposta pelo mercado”, defende. Ela garante que o recurso ajudará o projeto a manter o seu propósito. “Vamos buscar realizar um trabalho cada vez melhor e mais relevante para honrar o prêmio recebido”, promete.

Para dar conta da atualização diária, a equipe – formada por um editor e uma repórter, além de um estagiário e uma estagiária – desdobra-se entre a produção própria de conteúdo, que inclui notícias, entrevistas, análises e reportagens especiais – e o monitoramento de veículos parceiros, a partir de uma avaliação da pertinência e do foco da informação, além da alimentação da agenda e da biblioteca. O Observatório também conta com a colaboração de diversos pesquisadores e ativistas, muitos deles integrantes do próprio Intervozes, que escrevem artigos ou enviam matérias exclusivas. Em relação à audiência, o site conta com uma média mensal que ultrapassa os 30 mil visitantes únicos, com número de pageviews diários superior a 2500.

Projetos futuros – Valente aponta que parte do investimento com o dinheiro do prêmio será em recursos humanos. “Devemos ampliar nossa equipe, que hoje é insuficiente para o conjunto amplo e complexo das pautas referentes à área das comunicações no país. Com um time maior, a expectativa é não apenas aumentar o volume de material próprio, como produzir mais dossiês e especiais sobre questões importantes da área”, comemora. O editor do Observatório também afirma que entre os principais desafios do site para o próximo ano estão a contribuição com reflexões qualificadas para os debates da Conferência Nacional de Comunicação, a ampliação de sua visibilidade e o aprofundamento do uso de ferramentas de interação e produção colaborativa. Uma outra perspectiva é uma reforma de sua estrutura e interface gráfica. ” A nova cara do site trará mais ferramentas de interatividade e produção colaborativa e qualificará a disposição dos conteúdos. Após a reforma, devemos apostar na implantação de uma estratégia de comunicação que potencialize a visibilidade do Observatório e faça com que ele seja conhecido por mais pessoas”, promete.

Prêmio – O prêmio “Pontos de Mídia Livre” foi lançado durante o Fórum Social Mundial 2009 e tem como objetivo apoiar iniciativas de comunicação livre existentes no país. Foram quase 400 projetos inscritos, sendo 78 premiados. Segundo o secretário de Cidadania Cultural do MinC, Célio Turino, o prêmio dá visibilidade aos projetos de comunicação alternativa, estabelecendo novas relações a partir do entendimento da comunicação como direito humano básico.