O Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social saúda as companheiras e os companheiros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra pela realização do 6° Congresso Nacional do MST e os parabeniza pelos trinta anos deste que é o maior movimento social do Brasil. 
 
Sabemos que o Congresso é um momento fundamental para o movimento, tanto por ser espaço de definição política e de diálogo com o conjunto da sociedade quanto por possibilitar a reafirmação dos laços que unem milhares de lutadoras e lutadores de todo o Brasil. Por isso, nós do Intervozes temos o orgulho de nos irmanar a vocês neste momento e também de partilhar desafios e possibilidades de lutas para o próximo período. 
 
Os que atravessaram a seca, o deserto verde com cheiro de eucalipto e os ventos que carregam os venenos do agronegócio, por todo o país, sabem que a terra continua sendo um dos elementos fundamentais para se estabelecer quem é dominante e quem é dominado, no Brasil e no mundo. E, assim como cresce o poder de quem possui a terra, crescem os nossos desafios. Transnacionais invadem os campos, governos negam-se a fazer a tão necessária Reforma Agrária. 
 
Os dominantes estão unidos e fazem dos meios de comunicação canais para a divulgação de suas ideologias e para a manutenção das desigualdades sociais. Trata-se, portanto, de uma disputa de hegemonia, na qual lutamos não com o silêncio, mas com muitas palavras. Ocupamos, resistimos, produzimos. A exemplo do que faz o MST há décadas, por meio de suas rádios livres e comunitárias, do jornal e da revista Sem Terra, do teatro e da música, fazemos da comunicação um campo de batalha. Denunciamos o monopólio e reivindicamos a também tão sonhada Reforma Agrária do ar. 
 
Em muitos desses embates, Intervozes, MST e diversos outros movimentos sociais cerramos fileiras em ações de combate ao latifúndio. Exemplo dessa ação unitária é a campanha “Para Expressar a Liberdade”, por meio da qual coletamos assinaturas em apoio ao Projeto de Lei da Mídia Democrática. Com uma nova lei para a comunicação, queremos que os movimentos não sejam criminalizados pela mídia impunemente e que todos e todas possam se expressar por veículos que cheguem a todos os recantos do país. E o MST tem sido fundamental para esta campanha, seja coletando assinaturas ou contribuindo para a articulação de outros movimentos sociais em torno desta pauta. 
 
Apesar dos enormes desafios, sabemos que o ano que se inicia pode vir a ser mais um ano de lutas populares em nosso país. E será fundamental contar com a maturidade e com a capacidade de mobilização de cada militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra para alargarmos os horizontes e conseguirmos retomar as ruas e reformar a terra e o ar. Isso porque temos a convicção de que só teremos uma sociedade igualitária quando terra, comunicação e poder não estiverem nas mãos de poucos.
 
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
Fevereiro de 2014.