Na última quarta-feira, dia 8 de fevereiro, o Intervozes e outras nove entidades que atuam em defesa da liberdade de imprensa e de expressão, se reuniram com o secretário nacional de Justiça, Augusto Arruda Botelho, para entregar ao governo federal um dossiê sobre violência contra jornalistas e comunicadores.

Durante o encontro, as entidades também entregaram propostas para a atuação do Observatório da Violência contra Jornalistas, anunciado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. De acordo com o que foi deliberado na reunião, o órgão passa agora a chamar Observatório da Violência contra Jornalistas e Comunicadores, para abranger todos os profissionais da área que vêm sofrendo ameaças e agressões físicas no exercício de suas funções. O objetivo do observatório é monitorar e acompanhar esses casos, apoiando as investigações.

Foto: Vinícius Saiki/MJSP

“As agressões contra jornalistas e comunicadores aumentaram expressivamente durante o governo Bolsonaro. Reestabelecer esse canal de diálogo com o governo federal é fundamental para o enfrentamento das violências contra profissionais da comunicação e violações da liberdade de imprensa e de expressão. Na reunião, destacamos a importância de outras ações que devem acontecer paralelamente, como a Educação Midiática. Esperamos que essa abertura do governo também sirva para que jornalistas, radialistas e comunicadores se sintam mais seguros e amparados no exercício da profissão”, ressaltou Ramênia Vieira, coordenadora executiva de Incidência Política do Intervozes, que participou do encontro.

Acesse as propostas para o Observatório da Violência contra Jornalistas e Comunicadores.

Dossiê
A elaboração do documento contou com a participação de 10 organizações de defesa da liberdade de imprensa que, desde maio de 2022, no período pré-eleitoral, estão reunidas para combater a violência crescente a que estão submetidos profissionais de imprensa e comunicadores no país. O grupo é composto por Artigo 19, Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Ajor (Associação de Jornalismo Digital), Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação), Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Instituto Palavra Aberta, Instituto Vladimir Herzog, Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, Repórteres Sem Fronteiras e Tornavoz.

Desde o fim das eleições, em 30 de outubro de 2022, um levantamento feito pela Abraji e Fenaj apontou mais de 100 casos diretamente ligados à cobertura do movimento de apoiadores do ex-presidente Bolsonaro diante de quartéis e no bloqueio de rodovias.

O dossiê traz detalhes dos 45 ataques mais recentes, ocorridos entre 8 e 11 de janeiro de 2023, durante os atos antidemocráticos realizados pela extrema-direita em Brasília.

*Com informações do Instituto Palavra Aberta.