Na semana em que se celebra o Dia da Amazônia (5 de setembro), o Grupo de Trabalho de Combate à Desinformação sobre a Amazônia Legal, do qual o Intervozes e outras nove entidades fazem parte, lançou uma campanha de desmonetização contra o Portal Novo Norte e a empresa Eduzz, responsável por colher as assinaturas que sustentam o site propagador de desinformação.

O Portal Novo Norte tem sido objeto da pesquisa realizada pelo GT, que tem feito o levantamento de páginas e perfis que propagam conteúdo desinformativo na região da Amazônia Legal.

O site foi criado em 2019 e recebe em média 1,2 milhão de acessos por mês, segundo dados do SimilarWeb. O portal funciona como agregador de notícias diversas e distribui seu conteúdo principalmente pelo WhatsApp e Telegram, apesar de também ter atuação no Facebook e Instagram.

Quatro meses após sua criação, o Novo Norte já alcançava audiência superior a seis dígitos. Há indícios de uma rede de compartilhamento de mensagens, já que o tamanho da audiência nas plataformas de redes sociais não condiz com a quantidade de cliques que o site recebe. Durante a pandemia, o portal se destacou por propagar conteúdos que apoiavam as iniciativas do Governo Federal e o uso de tratamentos alternativos à Covid-19, como a cloroquina, não indicados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Campanha #EduzzPareoFinanciamento

Um das ações que podem frear a proliferação e o alcance de conteúdos desinformativos é a desmonetização. Por isso, o Intervozes e o GT de Combate à Desinformação na Amazônia Legal notificaram extrajudicialmente o Portal Novo Norte e a empresa Eduzz, que é responsável por recolher assinaturas do site, e lançaram a campanha #EduzzPareoFinanciamento.

A notificação, que se baseia nos próprios termos de uso da empresa de viabilização de assinaturas, alerta que o Portal Novo Norte tem descumprido os termos de uso e propagado desinformação. Além de cobrar a suspensão do serviço, a ação reivindica também a responsabilidade da empresa devido ao apoio à propagação de conteúdos nocivos à democracia, sobretudo em ano eleitoral, e que sejam responsáveis sobre sua cartela de clientes.

A iniciativa #AmazoniaLivreDeFakes, da qual a campanha faz parte, tem como objetivo visibilizar, responsabilizar e desmonetizar empresas que viabilizam recursos para sites de notícias que têm disseminado desinformação na Amazônia Legal. Além do Intervozes, outras nove entidades integram o GT responsável pela campanha: Abaré, Casa Ninja Amazônia, Co-Jovem, Mapinguari, Matpha, Jovens Tapajônicos, Vozes da Amazônia, Sleeping Giants e Instituto Vero. O projeto conta com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS).