É com preocupação que nós, do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, recebemos a notícia das ameaças de morte à deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), veiculadas ontem (30/09) pela imprensa. A deputada precisou recorrer à Organização das Nações Unidas para obter alguma resposta do Estado brasileiro. Na denúncia, Talíria também cobra explicações do governo sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e proteção às mulheres brasileiras ameaçadas por violência política.

Por repetidas vezes a deputada solicitou escolta ao governo do Estado do Rio de Janeiro e à Presidência da República, mas sem sucesso. Talíria é uma das representantes das vozes das mulheres negras, da juventude, de uma esquerda combativa e atenta às desigualdades estruturais que assolam o nosso país.

Não é admissível que, em uma democracia, divergências políticas se transformem em empecilho para garantir a segurança de uma deputada federal eleita por 107.317 cidadãs e cidadãos brasileiras(os). Não é tolerável a violência política direcionada a mulheres, em especial as negras, e suas candidaturas com o intuito de intimidar e silenciar.

Nos solidarizamos com Talíria, ao passo que repudiamos o discurso de ódio, a desinformação e a violência racista que tanto tem violado a nossa democracia e, infelizmente, parece ter virado marca do período eleitoral.

Expressamos o nosso total apoio à Talíria e nos juntamos àqueles que exigem uma resposta dos governos Federal e Estadual para a pergunta que há 932 dias ecoa em nossas cabeças: quem mandou matar Marielle?